Cordas Clássicas – LANÇAMENTO!

Foto com a formação da Camerata de Violões para o projeto Cordas Clássicas
Da esquerda para a direita: Artur Gouvêa, Marco Lima, Rogério Borda, Adriano Furtado, Luciano Camara, Fabio Nin, Valmyr de Oliveira, Eduardo Gatto. Foto de Vinícius Giffoni.

 Vivendo uma nova fase, a Camerata de Violões agrega à sua trajetória o fundamental apoio e parceria do Centro de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ), instituição de excelência que possui um relevante histórico de serviços prestados à sociedade brasileira. Uma confluência natural para um conjunto que é integrado por músicos que são também professores e pesquisadores, e que, através do seu extenso repertório, tem como uma de suas marcas a contribuição para o desenvolvimento do instrumento e da música de câmara ligada ao violão.

A Camerata de Violões caracterizou-se, em sua trajetória, por interpretar majoritariamente compositores brasileiros. Entretanto, no DVD “Cordas Clássicas”, seu novo projeto, a Camerata também visita a obra de compositores de outros países: europeus, como o francês Claude Debussy e o húngaro Béla Bartók, e latino-americanos, como o argentino Alberto Ginastera e o cubano Leo Brouwer, que se somam aos brasileiros Henrique Oswald, Heitor Villa-Lobos, Lorenzo Fernandez e Eduardo Gatto.

Cordas Clássicas traz ainda um inédito Quarteto de Cordas do também brasileiro Henrique Oswald. Finalmente, uma composição de Eduardo Gatto, então integrante da Camerata, mantém viva uma tradição que remonta aos primórdios da fundação do conjunto: a produção de material inédito, música do nosso tempo, fundamental para a existência desse tipo de formação.

Recriadas especialmente para a Camerata – atualmente um octeto de violões de 6, 7 e 8 cordas – estas oito obras, de escrita ousada e muitas vezes atonal, compostas originalmente para orquestra sinfônica ou quarteto de cordas, ganham novas cores e possibilidades, que recompensam o imenso desafio técnico que sua adaptação e execução representam para o nosso instrumento.

Este repertório traz uma interessante unidade conceitual, sem prejuízo da diversidade. Falamos da música de compositores que se situam em zonas de transição tanto entre movimentos estéticos quanto de tempos históricos. São criadores que se identificam plenamente com o século XX, e não seria inadequado dizer que inclusive o ajudaram a moldá-lo esteticamente, como é o caso de Debussy, um gigante que mesmo tendo falecido na segunda década, deixou um legado que é influente ainda hoje.

Fernandez (1897), Ginastera (1918) e Brouwer (1939), souberam transitar entre a miríade de movimentos estéticos e as enormes transformações de seu tempo sem perder a essência de sua origem. Gatto (1976) lança mão de recursos como a desconstrução rítmica e atonalismo convicto. Os gênios universais de Villa-Lobos e Bartók expandiram as fronteiras do nacionalismo e apontaram caminhos. Mesmo Oswald, nascido em meados do século XIX, apresenta rigor e frescor na estrutura desafiadora de sua obra aqui representada.

A Camerata rende homenagem aos compositores presentes no projeto, que se notabilizaram como criadores que realizaram a missão de ampliar e desafiar as formas e paisagens sonoras vigentes, e traduzir o novo tempo que se desenhava. E que simultaneamente, souberam sentir a pulsação da sua gente ao lançarem ao mundo sua criação. 

 

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