História

São 27 anos da Camerata de Violões!

Nasce do projeto iniciado em 2018, o arrojado DVD Cordas Clássicas, o primeiro da Camerata de Violões. E superamos a pandemia, nos encontrando online, mantendo o quanto pudemos os ensaios. Agora retomamos, como uma reestreia, o concerto de lançamento do Cordas Clássicas. E contaremos como tudo começou a seguir:

A Camerata de Violões começou a se formar em 1996, durante uma reunião dos violonistas e professores Valmyr de Oliveira, Ricardo Filipo e Paulo Pedrassoli, no Conservatório Brasileiro de Música. Contando com os músicos Gaetano Galifi, Celso Cerbella, Fábio Adour, Rogério Borda e Roberto Fontes, desde então, sob a direção musical de Paulo Pedrassoli. 

Já nos primeiros ensaios, o grupo recém-criado, e em fase de acomodação, teve seu quadro de integrantes modificado. Artur Gouvêa é convidado ao grupo para substituir Duda Anízio, que por sua vez havia substituído Roberto Fontes.

A Camerata de Violões inicia seu percurso no cenário musical em sua terceira formação. O concerto de estreia ocorreu na missa de comemoração dos 60 anos do Conservatório Brasileiro de Música, em 1996, realizado na Igreja do Outeiro da Glória (RJ). Em meados do mesmo ano, a Camerata foi convidada a participar da tradicional festa alemã de Petrópolis, a Bauernfest, contando com um público de mais de duas mil pessoas.

O repertório integra o erudito ao popular, e nele constam músicas da nova geração de compositores. Contamos três discos: Camerata de Violões (2001), Mosaico (2008), Suítes do Brasil (2015) e nosso primeiro DVD, Cordas Clássicas (2021).

O primeiro CD, Camerata de Violões, gravado na Sala Cecília Meireles, é lançado em 2001 e recebeu referências da revista inglesa “Classical Guitar: a ÚNICA revista dedicada ao violão clássico”, que definiu o conjunto como “uma orquestra de violões que produz um som deslumbrante”. Conta com obras de Luís Gonzaga, João Mendes, Lorenzo Fernandes, Ricardo Tacuchian, Villa-Lobos (transcrito por Sérgio Abreu), Alexandre Eisenberg, nossos camaradas Gaetano Galifi e Rogério Borda. 

O segundo CD é gravado ao final de 2004, lançado em 2008 pela Biscoito Fino, o álbum teve indicação ao Grammy Latino – premiação de música para as melhores produções da indústria fonográfica latino-americana, hoje encontra-se esgotado na gravadora. E recebe o nome Mosaico em seu relançamento. São apresentados Francisco Mignone, Lorenzo Fernandez, Ernesto Nazareth, Cláudio Santoro, Carlos Cruz, Roland Dyens, Marcelo Carneiro de Lima – com obra escrita especialmente para a Camerata de Violões, Arpeggiata –, e nossos camaradas Antônio Mello, Gaetano Galifi, Rogério Borda e Valmyr de Oliveira.

A constante renovação dos integrantes no grupo revela uma dança das cadeiras repleta de talentos e diferentes experiências musicais que enriquecem muito o nosso trabalho. Eduardo Gatto chega com a saída de Bruno Correia, que tinha entrado no lugar do virtuoso Fábio Adour. 

Fábio Adour assina a transcrição de Três Estudos em forma de Sonatina (Lorenzo Fernandez) e deu a forma final da obra, Música para a Camerata de Violões, presenteada pelo grande compositor e multi-instrumentista Hermeto Pascoal.

Ao completar oito anos, e em sua nona formação, entram Eduardo Gatto e Adriano Furtado. 

A Camerata de Violões despede-se de Eduardo Gatto, deixando sua marca com a composição autoral Divagações, que traz ao Cordas Clássicas sinuosidade e brasilidade para o nosso primeiro DVD. 

Trazendo um pouco da França através de seus estudos no violão, Bruno Ferrão vem substituir o Gatto em 2022. Bruno Ferrão que iniciou seus estudos aos 9 anos, é solista premiado em concursos importantes, como Concurso Latinoamericano Rosa Mística, vem integrar nossa Camerata neste momento de reestreia do lançamento do Cordas Clássicas – interrompida pela pandemia do COVID19, após um ano de retomada dos ensaios e desse repertório robusto, que conta com Ginastera, Debussy, Bartok e Villa-Lobos.

Em 2005, Adriano Furtado entra no lugar antes ocupado por Antonio Mello, autor de Choro Transfigurado e colaborou com Celso Cerbella no arranjo de Brejeiro de Ernesto Nazareth, gravados no segundo CD. Antonio Mello havia substituído Ricardo Filipo, um dos fundadores do grupo, que também deixa a sua marca na transcrição do Batuque, da ópera Malazarte, de Lorenzo Fernandez, parte do primeiro disco. 

Adriano Furtado, há dezesseis anos no grupo, fez o arranjo para Danza del Trigo e Malambo, de ninguém menos que Alberto Ginastera, para o Cordas Clássicas.

Uma sucessão de substituições ocorre, a contar do início: Celso Cerbella, que assina o arranjo de Brejeiro, de Ernesto Nazareth, gravado no segundo CD é sucedido por Célio Delduque; em seguida por Luis Leite; depois por Lenine Vasconcellos, que participou do octeto desde 2002, tendo seu arranjo da música Congada, de Francisco Mignone, gravado no segundo CD.

Ao final de 2011, trazendo ares de Espanha, Fábio Nin, violonista (6 e 7 cordas), arranjador e guitarrista flamenco, participou do Suítes do Brasil, lançado com o arranjo Tenebroso de Ernesto Nazareth. Fábio também arranjou o 4o movimento do VIII quarteto de cordas, do genial Heitor Villa-Lobos, para o Cordas Clássicas. 

Em 2014, Luciano Camara substitui Gaetano Galifi, que tem extensa produção no grupo como compositor de Ares Nordestinos no primeiro, Suíte Brasileira I no segundo e, no terceiro álbum Suítes do Brasil, onde traz uma gama de possibilidades no violão, com Canuã: A Lenda de um Guerreiro

Luciano, violonista, compositor, arranjador e guitarrista flamenco, estreou em grande estilo, no aniversário de Cecília Conde no auditório Leopoldo Miguez. Luciano Camara arranjou Molequinho, presente dado à Camerata pelo compositor Almiro Zarur. Para o Cordas Clássicas, Luciano arranjou Béla Bartók. Assistindo ao DVD, você vai perceber o nível do desafio, ao apresentarmos o 3º movimento do Divertimento para Orquestra de Cordas.

Em 2012, Paulo Pedrassoli, que por dezesseis anos atuou como diretor artístico do grupo e arranjou a 1ª Suite Brasileira: Velha Modinha, Suave Acalanto, Saudosa Seresta no segundo CD. Pedrassoli despediu-se da Camerata para seu doutoramento em Portugal.

Então tivemos a honra de receber Elodie Bouny, grande arranjadora e compositora, em nossa Camerata de Violões. Elodie dirigiu o CD Suítes do Brasil e participou com dois arranjos, Meditação de Garoto e Eléctrica, de Ernesto Nazareth. Na despedida, a querida Elodie, disse: que tal a Camerata trazer um som orquestral no novo repertório? 

Assim, o sucesso do CD Suítes do Brasil em 2015, trabalho belíssimo que homenageia compositores brasileiros deu o empurrão que precisávamos para ousar gravar nosso DVD Cordas Clássicas, dirigido pela Elodie, que transforma nosso repertório mais uma vez, aproximando compositores consagrados mundialmente através da história em arranjos para orquestra, transpostos para os nossos violões.

Com o novo integrante Marco Lima, em 2016, premiado concertista e arranjador, superamos os percalços com coragem e a alegria que nos trazem os sonhos através da música. Ele simplesmente trouxe Leo Brouwer, ícone do violão mundial para nossa Camerata, com os arranjos de dois movimentos das Tres Danzas Concertantes. E assim, lançamos o DVD Cordas Clássicas, em 2021, um grande desafio, diante de todas as circunstâncias – pandêmica e cultural – do nosso país. 

Hoje, contando catorze formações, aos muitos amigos que fizeram parte da Camerata de Violões gostaríamos de agradecer: Roberto Fontes, Duda Anizio, Celso Cerbella, Fábio Adour, Célio Delduque, Bruno Correia, Ricardo Filipo, Luís Leite, Lenine Vasconcellos, Antonio Mello, Paulo Pedrassoli, Gaetano Galifi, Elodie Bouny e Eduardo Gatto.

Permanecem desde 1996, na primeira formação, Rogério Borda e Valmyr de Oliveira e, na terceira, Artur Gouvêa.

Artur Gouvêa, violonista, compositor e arranjador, fez o arranjo de Batuque, de Ernesto Nazareth no Suítes do Brasil. Ele que no Cordas Clássicas pega a região das agudíssimas, no violão de oito cordas ao lado do Marco. Assistindo ao nosso DVD, você pode reparar! Além disso, no Cordas Clássicas, arranjou o Allegro Moderato do Quarteto Opus 46, de Henrique Oswald.

Fundando a Camerata de Violões ao lado de Valmyr de Oliveira, Rogério Borda é guitarrista, violonista, compositor e arranjador. Marca presença nos três discos do grupo com sua composição Bloco da Pitangueira e a transcrição de Toccatade Cláudio Santoro, no segundo. No terceiro cd Suítes do Brasil, nos brindou com a Suite Solar. No Cordas Clássicas, apresentou o arranjo do primeiro movimento do Quatuor à cordes Opus 10, de Claude Debussy.

Valmyr de Oliveira, violonista, compositor e arranjador, tem no primeiro CD, Fantasia sobre o Baião de Luiz Gonzaga, no segundo, o arranjo de Noite de Seresta, de Almiro Zarur, no terceiro, o arranjo para Lamentos do Morro de Garoto, e para o Cordas Clássicas, Batuque, de Lorenzo Fernandez.

A história não termina por aqui e aproveitamos para agradecer sempre ao público e aos colaboradores por lançarem conosco o CD Suítes do Brasil e o DVD Cordas Clássicas.

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Isabela Callado,

às vezes, falando como se fosse integrante do grupo.

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